RECUSA AO BAFÔMETRO: ENTENDA A MULTA E DESCUBRA COMO RECORRER

08/01/2025

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A recusa ao teste do bafômetro é uma das situações mais delicadas enfrentadas pelos motoristas nas fiscalizações de trânsito no Brasil. Essa decisão pode gerar penalidades severas, mas também abre margem para defesa e recursos administrativos e judiciais. Neste artigo, exploraremos o tema de forma abrangente, explicando como recorrer e até mesmo anular a multa por recusa ao bafômetro. Também responderemos às dúvidas mais frequentes sobre o tema.

O Que Diz a Lei Sobre a Recusa ao Bafômetro?

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a recusa ao teste do bafômetro está prevista no artigo 165-A, código de enquadramento 757-90, que estabelece:

  • Penalidade: multa gravíssima (dez vezes o valor base) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
  • Medida administrativa: retenção do veículo e recolhimento da CNH.

A legislação adota a política de tolerância zero, visando reduzir acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados. Contudo, a aplicação da multa por recusa ao bafômetro é alvo de debates judiciais e interpretações divergentes.

É Legal Multar Quem Recusa o Bafômetro?

A constitucionalidade do artigo 165-A tem sido questionada com base no princípio “nemo tenetur se detegere”, que garante a qualquer cidadão o direito de não produzir provas contra si mesmo. Tribunais em diferentes estados têm adotado posições variadas:

  • A favor da multa: Argumenta-se que a recusa caracteriza desobediência à fiscalização de trânsito, essencial para a segurança pública.
  • Contra a multa: Defende-se que a imposição de penalidades pela recusa viola direitos fundamentais garantidos pela Constituição.

Como Recorrer da Multa por Recusa ao Bafômetro?

Recorrer da multa é um direito de todo motorista e pode ser feito em três etapas principais:

  1. Defesa Prévia

A defesa prévia é a primeira oportunidade de contestar a autuação. Para isso, é necessário apresentar:

  • Cópia do auto de infração.
  • Documentos pessoais e do veículo.
  • Argumentos e provas que demonstrem irregularidades no processo de fiscalização.

Exemplos de irregularidades incluem:

  • Ausência de sinais evidentes de embriaguez.
  • Falta de testemunhas ou provas complementares.
  • Erros no preenchimento do auto de infração.
  1. Recurso em 1ª Instância (JARI)

Caso a defesa prévia seja indeferida, é possível recorrer junto à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI). Nesta etapa, é importante reforçar os argumentos apresentados anteriormente e incluir jurisprudências que fortaleçam a tese.

  1. Recurso em 2ª Instância

Se o recurso na JARI também for negado, o próximo passo é recorrer ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN). Essa é a última instância administrativa e exige uma argumentação ainda mais robusta, com base em:

  • Falhas no processo de fiscalização.
  • Princípios constitucionais, como o da ampla defesa.

Argumentos Comuns para Recorrer da Multa

  1. Princípio Constitucional: Basear-se no “nemo tenetur se detegere” para argumentar que a recusa ao bafômetro não deve ser penalizada.
  2. Ausência de Provas: Alegar que não há elementos suficientes para comprovar a embriaguez.
  3. Erro de Procedimento: Identificar falhas na abordagem ou no preenchimento do auto de infração.

Jurisprudências Relevantes

A questão da aplicação de multas por recusa ao bafômetro tem sido objeto de decisões judiciais variadas em todo o país. Muitas vezes, a nulidade das autuações ocorre quando não há elementos adicionais que comprovem a embriaguez ou em situações em que se identificam falhas no procedimento de fiscalização. Essas decisões destacam a necessidade de comprovação objetiva e o respeito aos direitos constitucionais dos motoristas. Assim, cada caso deve ser analisado de forma individualizada, levando em consideração as circunstâncias específicas da abordagem e os princípios jurídicos aplicáveis.

Dicas para Evitar Problemas

  • Conheça Seus Direitos: Informe-se sobre a legislação e os procedimentos corretos de fiscalização.
  • Seja Cauteloso: Evite dirigir após consumir álcool, mesmo em pequenas quantidades.
  • Documente a Situação: Em caso de abordagem, registre tudo o que ocorreu, incluindo o comportamento dos agentes.

Conclusão

A multa por recusa ao bafômetro é um tema complexo, mas que pode ser contestado com os argumentos certos e uma boa estratégia de defesa. Conhecer seus direitos é essencial para lidar com situações como essa, evitando prejuízos maiores.

Perguntas e Respostas Frequentes

  1. O que acontece se eu recusar o bafômetro? Você estará sujeito à multa gravíssima, suspensão da CNH por 12 meses e retenção do veículo.
  2. Posso recorrer da multa por recusa ao bafômetro? Sim, é possível recorrer em até três instâncias administrativas.
  3. A recusa ao bafômetro é um direito constitucional? Sim, com base no princípio “nemo tenetur se detegere”, você não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
  4. Como provar que não estava embriagado? Você pode apresentar testemunhas, laudos médicos ou outros documentos que comprovem sua condição.
  5. Se não há provas de embriaguez, ainda posso ser multado? Sim, mesmo sem outras provas, a recusa ao bafômetro é penalizada com base na legislação atual, porem você pode recorrer da multa em casso de irregularidades por parte do agente de transito.
  6. O bafômetro pode errar em situações normais? Há casos relatados de falsos positivos devido a fatores externos ou falhas no equipamento.
  7. É possível eliminar rapidamente o álcool do organismo? Não, o processo é natural e depende do metabolismo, sem formas de aceleração confiáveis.
  8. Posso dirigir enquanto recorro da multa? Sim, enquanto o processo estiver em andamento, sua CNH não está suspensa.
  9. O que acontece se meu recurso for negado? Você ainda pode recorrer à próxima instância administrativa ou buscar a via judicial.
  10. Recusar o bafômetro é uma infração criminal? Não, é uma infração administrativa, mas pode gerar consequências graves no seu histórico de motorista.
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